O fumo que formou corpo fingido
que por mais denso, mais repousa em nada;
o vento que passou com força alada
sem poder pela rede ser colhido;
o pó nas regiões desvanecido
de uma primeira nuvem dilatada;
a sombra, a forma ao corpo apartada,
que abdicou de ser tendo partido,
são palavras de mulher. Sobrevinda
novidade qualquer, o assombro é tanto
que lealdade, amor ou fé se findam.
É só mudança, o nome, desencanto,
Pois quanto mais segura, quem a prende
Tem sombra, fumo, nada, pó e vento.
Na primeira frase a palavra fumo corresponde a fumaça, e a palavra fingido mostra ao leitor que não é um corpo estável. Já na segunda frase o que se vê é um paradoxo, ou seja, algo que é ou parece contrário ao senso comum. Já na terceira linha a palvra alada quer dizer “com asas”, ou seja, uma “força com asas”.
Já na segunda estrofe, segunda linha, temos a palavra nuvem, que significa algo ou alguém transitório, e sombra, que parece ser um corpo mas não é. O vento, a fumaça, a nuvem e o pó representam elementos transitórios. E na última linha tem–se a palavra abdicou, ou seja, não existe. E essa última frase tem um caráter metafórico, onde a significação natural de uma palavra é substituída por outra com que tem relação de semelhança.
Desde o início do poema até a terceira estrofe, são palavras de mulher, mostra que a mulher é volúvel, que não é digna de confança. Sobrevinda novidade, isto é, acontecendo alguma novidade, amor ou fé se findam, ou seja, acabam.
Na quarta e última estrofe temos o nome, desencanto, que representa o nome da mulher, e nas duas útimas linhas, quem a prende tem sombra, fumo, nada, pó e vento, isto é, quando o homem acha que a tem (a mulher), ele na verdade não tem NADA, ou seja, com este poema Lope de Veja mostra que não se pode confiar nas mulheres, e é considerado um poema machista.
Texto enviado já depois de esgotado o pazo, trata-se de uma análise apressada do poema, sem qualquer relação com o que vimos no período. No apagar das luzes. Enfim, ganha a nota mínima.
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