quarta-feira, 1 de julho de 2009

Análise dos conceitos principais do texto “A atividade Estruturalista” de Roland Barthes, do livro: “Crítica e verdade”

O texto começa explicando que não devemos classificar o estruturalismo como uma escola ou um movimento, já que a maior parte dos autores não se associa a essa palavra nem se sentem ligados entre eles. Mostra que para distinguir o estruturalismo de outros modos de pensamento é necessário chegar a duplas como significado-significante e sincronia-diacronia.

A dupla significado-significante porque ela nos leva ao modelo lingüístico de origem Saussuriana, o qual a linguística é a própria ciência da estrutura.

Sincronia-diacronia porque implica uma divisão da noção de história à medida que a idéia de sincronia se foca na imobilização do tempo e a diacronia representa o processo histórico como pura sucessão de formas.

É esclarecido que o estruturalismo não pode ser reduzido ao pensamento erudito, visto que é preciso buscar-lhe uma descrição mais ampla em outro nível que não seja o da linguagem reflexiva. Artistas, músicos, pintores, escritores com certo exercício da estrutura representam uma experiência distintiva. Então, devemos colocar analistas e criadores sob um signo comum, homem estrutural. O homem estrutural é feito e definido não só pelas suas idéias ou suas linguagens, mas por seu imaginário, o modo como ele vive mentalmente a estrutura.

O estruturalismo tem como objetivo reconstituir um objeto com o intuito de manifestar na reconstituição as regras de funcionamento desse objeto. A estrutura é dada como um simulacro desse objeto, um simulacro dirigido, já que o objeto copiado mostra algo que permanecia invisível no objeto natural.

O homem estrutural se encarrega de tomar o real, para decompô-lo e depois recompô-lo. Entre os dois tempos da atividade estruturalista é produzido algo novo. Esse novo é o inteligível geral: o simulacro é o intelecto acrescentado ao objeto, essa adição tem valor antropológico, já que ela é própria do homem.

É importante falar do estruturalismo uma vez que a criação ou a reflexão é a fabricação verdadeira de um mundo que se assemelha ao primeiro, para torná-lo inteligível, não copiá-lo. É por isso que se diz que o estruturalismo é essencialmente uma atividade de imitação, e é nesse ponto que não há diferença técnica entre o estruturalismo e a literatura em particular, ou a arte em geral. Os dois vêm de uma mimesis fundada sobre a analogia das funções.

A arte é formada pelo que o homem acrescenta ao objeto ao reconstruí-lo, não a natureza do objeto copiado: “a técnica é o próprio ser de toda criação”. A partir do momento em que os objetivos da atividade estruturalista estão ligados a uma certa técnica que o estruturalismo existe de um modo distintivo com relação a outros modos de análise ou de criação. Ele recompõe o objeto para fazer aparecer funções, sendo a obra feita pelo caminho percorrido.

Podemos dividir a atividade estruturalista em duas operações: desmontagem e arranjo. Desmontar um objeto é encontrar nele fragmentos móveis cuja situação diferencial gera certo sentido, o fragmento em si não tem sentido, mas a menor variação na sua configuração produz uma mudança do conjunto. Essa operação de desmontagem dispersa o simulacro, as unidades de estrutura antes de serem distribuídas no contínuo da composição formam um organismo inteligente, submetido a um princípio motor soberano, o da menor diferença.

O homem estrutural deve descobrir ou fixar regras de associação às unidades, essa é a atividade do arranjo. Encontramos em toda obra do projeto estrutural a submissão às regras, cujo formalismo importa menos que a estabilidade. Está em jogo uma espécie de combate com o acaso. É pela volta regular das unidades e das associações de unidade que a obra aparece dotada de sentido.

O simulacro não restitui o mundo como o tomou. Primeiro, ele manifesta uma categoria nova do objeto, que não é nem o real nem o racional, mas o funcional. Assim, juntando-se a todo um complexo científico que se está desenvolvendo em torno das pesquisas sobre a informação. Em seguida, vem à luz o processo humano pelo qual os homens dão sentido às coisas. O mundo nunca parou de procurar o sentido do que lhe é dado e do que ele produz; o que é novo é um pensamento que procura menos atribuir sentidos plenos aos objetos descobertos e saber mais como o sentido é possível. Podemos dizer que o objeto do estruturalismo não é o homem rico de sentidos, mas sim o homem fabricante de sentidos. Não é o conteúdo dos sentidos que esgota os fins semânticos da humanidade, mas o ato pelo qual esse sentidos são produzidos.

O estruturalismo não retira do mundo a história, ele procura ligar à história não somente conteúdos, mas também formas; não somente o material, mas também o inteligível; não somente o ideológico, mas também o estético.

O homem estrutural tem consciência que o estruturalismo é do mundo e que se transformará com o mundo. Do mesmo modo que o homem experimenta sua validade quando fala antigas linguagens do mundo de uma nova maneira, ele sabe que assim que surgir na história uma nova linguagem a antiga linguagem deixará de ser usada.

Alunas:
Juliana Teixeira Varella Ferreira da Silva - DRE: 106046356
Lais Peres Rodrigues - DRE:106054197

Um comentário:

  1. Juliana e Laís,

    vocês produziram um bom resumo do texto de Barthes. O produto final ficou um pouquinho "duro", vocês poderiam ter dado mais asas à imaginação. Outra coisa: nunca se esqueça de marcar e destacar as passagens citadas do texto, indicando por nota ou entre parêntesis o local de onde foi tirado o trecho citado. Enfim, ficou bastante bom. Um abraço e boas férias.

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.