quinta-feira, 2 de julho de 2009

A narrativa no formalismo russo


Em 1915, marca o inicio do formalismo russo. No mesmo ano foi fundado por um grupo de estudantes, o Círculo Lingüístico de Moscou, criado com o intuito de estudar a teoria literária buscando uma nova visão sobre a crítica e o fazer literário. Coincidentemente no mesmo tempo, surgia em São Peterbusgo a Associação para o Estudo da Linguagem Poética o OPOIAZ. A associação propôs uma outra definição aos estudos literários focalizando o texto exclusivamente e desprezando qualquer interpretação ou influência extraliterária. O OPOIAZ e o Círculo Linguístico de Moscou possuíam idéias semelhantes acerca do que deveria ser consideradas literatura com os padrões de crítica da época. Esse contraste com a crítica literária da época nomeou a ambos os núcleos de “Formalistas” ainda que esses intelectuais, não assumissem o status de movimento .
Essas ideais entraram para a história como o Formalismo Russo. Essa nova visão teve propostas ousadas, mas de grande valor até os dias de hoje. Leon Trotsky relata o seguinte sobre o formalismo “O trabalho que os formalistas não temem denominar ciência formal da poesia ou poética, é discutivelmente necessário e útil, com a condição de que se deve considerar seu caráter parcial, subsidiário e preparatório” e retoma afirmando que “Os métodos do formalismo, mantidos dentro de limites razoáveis, podem ajudar a esclarecer as particularidades artísticas e psicológicas da forma”. (Trotsky, 1969, pág. 144-145).
As idéias criticas do formalismo influenciou outros pensadores e outros movimentos, como o Estruturalismo. O formalismo teve grande importância para a teoria literária , ela serviu de alicerce para vários movimentos e autores que voltou-se para um olhar mais cauteloso no texto e para a arte e permanece influenciando críticos, escritores e artistas de diferentes movimentos.

Princípios do Estudo Literário Formalista
Para lapidar esse objeto de estudo, além do texto era preciso definir o que é literatura? A definição de literatura se apresenta de maneira muito ampla no universo do mundo literário. Para os formalistas russos, existe uma distinção significativa que caracteriza o texto literário: a linguagem poética e a linguagem prosáica. Enquanto a última é a ferramenta de comunicação cotidiana, com função referencial e utilitária, a primeira tem ênfase na desautomatização da percepção do receptor, obrigando o leitor a uma leitura mais atenta e um maior comprometimento com o texto artístico. A arte, a visão e atuação do artista sobre determinado objeto, teriam o poder de torná-lo único, através da arte, da literatura, o autor poderia tornar um dia ensolarado e comum, por exemplo e fazer dele chuvoso desautomatizando a leitura. Um objeto cotidiano passa a ser arte quando visto sob um ponto de vista da linguagem poética, ao invés de simples utilitarismo da linguagem prosaica. O interior da linguagem poética na ótica formalista, a arte sempre causa estranhamento. Essa desautomatização da leitura de um texto literário se dá pelo estranhamento do texto. O leitor não passa desapercebido pelo texto, de alguma forma ele deve participar nem que seja somente disponibilizando a sua atenção. Isso implica em um texto artístico mais denso do que a linguagem cotidiana. A função poética torna o texto mais escuro, do que, segundo a teoria formalista, surge a literariedade do texto. Assim, se destaca o predomínio da forma. O conteúdo apenas, já não é o bastante para essa nova visão de arte, o estudo da literatura passa a ter uma preocupação com o “como”. mais do que com o “o que” ou o “por que”, elementos primordiais de análise que segundo Cholvski “Na busca por desvendar esse “como” do processo narrativo literário”, deslumbrou duas estruturas da narrativa sobre o qual se suporta o texto são elas: A "Fábula" e a Trama. Enquanto a fábula seria a descrição simples dos acontecimentos da narrativa, a trama é como se dá a elaboração desses acontecimentos na narrativa. A fábula seria o “o que”, a trama representa o “como” o objeto é apresentado. A trama é o “estranhamento” da fábula . Dois elementos ainda se destacam na caracterização da narrativa: O "Motivo" e "Motivação". O motivo é constituído do menor elemento que compõe a narrativa e as suas unidades temáticas agrupadas dariam forma à fábula. A motivação é a forma como eles são apresentados na obra. Novamente, o “como” atuando sobre os “o ques” da narrativa. O modo como essa motivação coordena os motivos, são divididas em três vertentes por "Tomachevski, cada uma de acordo com uma proposta.
A Motivação Estética ordena os motivos levando em conta a valorização da forma, o estranhamento a literariedade da obra. A Motivação Realista preocupa-se com a verossimilhança do texto. A Motivação Composicional se singulariza na composição dos elementos e divide-se em três linhas. A Funcional determina que cada motivo inserido no texto deve ter sua função. Os motivos são escolhidos por sua funcionalidade, pela maneira como atuarão na cena. Uma segunda linha dá importância à dinâmica da obra, ordenando os motivos para traduzir o toque necessário à narrativa. Os motivos podem ser trabalhos e torná-los misterioso e sombrio, se este for o tom do texto. Uma terceira linha trabalha com a falsa Motivação, que, através da ordenação dos motivos, obriga o leitor a uma pressuposição para depois revelar-se o oposto.
Finalmente todos esses elementos fábula, trama, motivos e motivação são carregados e percorridos pelos personagens da narrativa. São estes os suportes dos motivos. A abordagem formalista engloba a caracterização dos personagens em duas vertentes. Direta, quando o narrador ou algum personagem mostra essa caracterização, ou indireta quando as ações deste personagem no desenrolar da obra acabam por revelar suas características.
Conclusão
O formalismo russo levantou grandes discursões em muitos desaprovado pelas teorias modernas. Ainda sim, deu a sua contribuição para a literatura se voltar para uma escrita mais profunda dada a atenção aos elementos do texto e na sua valorização do processo criativo. O formalismo dialogou e influenciou diversos movimentos e ainda continua a influenciar as teorias contemporâneas, mesmo após a sua curta existência.

Referências Bibliográficas
TROTSKI, Leon. Literatura e Revolução. Rio de Janeiro. Zahar. 1969.
Anotações em sala de aula.
Alunas:Carla dos Santos Figueiredo Dre:107402759
Rosiane Rafaela Pires Rocha DRE:107367438 AGF DE INCLUSÃO

Turma de Teo LIT III
TURMA lea

Um comentário:

  1. Carla e Rosiane,

    esse trabalho não se baseou no texto citado na referência bibliográfica. Ele o copiou, modificando algumas frases aqui e ali. Vocês colaram o texto e fizeram pequenos cortes e modificações, pequenos mesmo. Há trechos inteiros copiados literalmente. Enfim... chato isso.

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