Uma obra literária pode apresentar diferentes interpretações de abordagem quando se trata de escrever sobre interpretação, gerando discussões entre a relação texto e leitor como uma forma de interlocução. O ato da leitura nos dar a entender ao texto, uma trama, ou até mesmo a disposição das notas musicais e a sucessão de palavras que representam as possibilidades de reconstrução de visão de mundo, significados e conseguindo relacioná-los a outros textos significativos, procurando a intertextualidade e a intratextualidade com o leitor. Temos várias formas de compreensão sobre este conceito, delineando a narrativa destes termos, resultando na aproximação e distanciamento de informações diversas e precisas sobre este tema que constitui apenas alguns dos métodos seguidos.
Com o aumento do interesse pela língua e pela literatura, e a produção de textos literários resultaram na importância do preceito de valores e nas probabilidades de reconstrução de visão de mundo. Perdendo a ingenuidade diante dos textos literários sendo um objetivo alcançado, e o leitor percebe que atrás de cada texto há uma pessoa, com um aprendizado histórico, um intuito, “um olhar”, um significado, o que supõe a responder ao texto, concordando ou divergindo dele, divertindo-se e até se emocionando com ele, fazendo comparações, elogiando, rejeitando, apropriando-se de idéias, enfim vivendo o texto e tomando a condição de leitor.
Permitindo a possibilidade de atribuir sentido ao texto e a vida tornando-lhes ao mesmo tempo leitores críticos e inovadores e trabalhando os diferentes aspectos da condição humana, diferenciando o que é real do que é imaginário, desvendando o mítico jogo das paixões humanas, tendo a metáfora como suporte a literatura.
As experiências de leitura proporcionam aos leitores conhecer suas potencialidades intelectuais, de ser criativo, de ser expressivo, de explorar as riquezas de seus gestos e movimentos corporais. Ao se relacionarem com os livros de literatura, eles se desenvolvem e articulam leituras que podem ser dirigidas, programadas, de livre escolha, de natureza interativa que os levam a conhecerem uma multiplicidade de ações que enriquecem suas experiências culturais.
Até o momento nos referimos a respeito da relação do leitor com a obra, para aprofundarmos na questão da fenomenologia, assunto que gera a discussão entre os princípios da arte com o estudo dos métodos entre a fenomenologia e a estética da recepção para a análise do texto literário, “Água Viva”, seguindo a dois elementos: primeiro harmonizar recursos operacionais, necessários à proposição deste estudo, e o segundo: promover a sintonia entre texto e leitor, ferramenta essencial para a exibição do assunto.
A análise do texto com base nos princípios da fenomenologia busca recuperar na obra literária um objeto estético formado de elementos diferentes, mas entre si articulados de modo a causar um discurso pluralista. O leitor preenche as lacunas com as suas projeções imaginativas; desenvolve associações entre os elementos, formula teorias, faz deduções, sendo ele quem dá estabilidade representativa a um objeto estético, cuja existência está vinculada a sua ação como o concludente da obra literária.
A estética da recepção coloca o leitor na posição de co-produtor do texto, sobre esse ponto de vista, aliás, a precisão com que a estética da recepção se introduz no debate promove um estudo crítico inicial e para os teóricos da Escola alemã, se a experiência estética exigia há muito ser teoricamente aprofundada, e, se a literatura da modernidade já oferecia resistência as análises que a abordavam de modo especial, ou seja, levando em conta apenas a produção, era necessário formar uma teoria, cuja idéia de interpretação pressuponha categorias, fatos conhecidos, mas não demonstrados também referentes ao leitor. Porque é ele quem de fato tem a capacidade de vivenciar, de sentir o efeito da arte em literatura.
A literatura é uma fonte abundante que também pode ser desenvolvida em sala de aula, tornando-se atividades praticas e prazerosas, para que isso seja possível, é necessário simplificar a relação do aluno com o texto literário para que ele seja capaz de constituir relações de trocas culturais, afetivas, sociais com o ato de ler e escrever. O texto literário é uma resolução para os métodos de ensino que com muito empenho podemos alcançar bons resultados na formação de leitores.
Sobre esse ponto de vista, aliás, a precisão com que a estética da recepção se introduz no debate promove uma análise inicial. Para os teóricos da escola alemã, se a experiência estética exigia há muito ser teoricamente estudada minuciosamente, e se a literatura da modernidade já oferecia oposição as análises que a abordavam de modo característico, ou seja, considerando apenas a produção, era preciso que se estabelecesse uma teoria, cuja idéia de interpretação previsse categorias, conceitos também referentes ao leitor. Afinal é ele quem de fato se encontra potencialmente capaz de vivenciar o efeito da arte em literatura.
A função da arte é produzir beleza, valorizar a vida através da estética e da ação dos sentidos, da percepção. Enquanto que a beleza da obra está relacionada a valorização da subjetividade, o poeta excede o limite da desmesura de todos os sentidos: da razão, da lógica, do pensamento e da significação. Na teoria poética, a arte está associada a algo universal, provocando uma mudança geral no pensamento humano em que a arte estará ao mesmo tempo velada e expressa, propondo coisas novas: como a duplicidade simultânea da arte sendo uma conseqüência fatal da dualidade do homem.
Por Manuela de Oliveira Monteiro
DRE: 107367527
terça-feira, 30 de junho de 2009
Análise Literária do texto “Água Viva” de Clarice Lispector
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Manuela, muito bom. Eu estava gostando bastante do seu texto, apenas incomodado pelas frases longas demais, o que pode atrapalhar a compreensão do que você afirma. Porém, você faz uma conclusão tão bacana, tão poética, tão cheia de inspiração, que não poderia ser outro o resultado: Como diria Carlos Imperial: Nota 10!
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